Memórias de graduação - Parte 3 - O Laboratório de Física

 Agora vou brigar um pouco com minha memória.

O ano de 2001 foi o primeiro ano na graduação em Física. Lembro de Cálculo 1 e Física 1 vieram logo de cara, como uma parede que surge no meio de uma rodovia.

Um resumo da parte que interessa, estudava bastante e, sempre que podia, assistia aulas de outras disciplinas. Uma, que lembro, do curso de Meteorologia, o professor citou sobre os movimentos que o planeta Terra executa, contando os 14 movimentos distintos. E eu só lembrava 3, desde a escola ;P

Luz e Som

Neste ano já iniciava os estudos no grupo de Espectroscopia Fotoacústica, quando passei a ter acesso ao laboratório do Professor José Suassuna, e mergulhar nos manuais de equipamentos.

Eu, no Laboratório de Espectroscopia Fotoacústica (não lembro a data, foi entre 2001-2003).

José Suassuna Filho. Professor fantástico, com muito mais histórias pra contar que eu. Foi quem primeiro me orientou nos trabalhos com ótica e espectroscopia.

Por trás do computador, estava o Espectrômetro. Aquela torre pequena torre, na mesa, ligada ao tubo coberto com pano preto, era o invólucro da lâmpada de arco de xenônio de 1000 W que usávamos no equipamento.

Espectrômetro Fotoacústico

Uma vez ela explodiu. Meu amigo, Rodrigo, quase tem uma parada cardíaca na hora. Nessa época já era ruim importar coisas atípicas para uso em pesquisa científica.

Transmissor Laser

Outro projeto que participei, foi o desenvolvimento de um sistema de transmissão de informação via laser, no qual dois sinais eram misturados e recuperados sem uso de dispositivos eletrônicos nesse processo.

Nossos nomes ainda constam online, na lista de inscritos do evento.

Bons tempos. E o sistema era bem interessante. Aproveitava a natureza ondulatória da luz, que pode ter uma orientação de polarização selecionada, tomada como padrão e misturada com outros (usamos apenas 2), misturando e separando os sinais com polarizadores de luz.

O efeito de polarização é simples e bem comum. Veja o vídeo que postei no Garagem do Cientista, no YouTube, evidenciando esse efeito:

O esquema do experimento era o seguinte:

O efeito, por si, já foi uma aventura. Viajar com a galera, dormir fora, andar até não aguentar mais, conhecer outros pesquisadores, discutir ideias. Muito legal.

Tinha de tudo um pouco, incluindo pesquisadores visitantes do exterior. Conhecer outras culturas também é algo que acontece mesmo em um evento regional.

Ainda tem chão pela frente, mas hoje vou até aqui. Escavar os backups está sendo uma redescoberta divertida.